Saint-Gobain investe no seu Roadmap da Sustentabilidade rumo a 2030

Para dar resposta aos objetivos de sustentabilidade, a Saint-Gobain definiu um Roadmap para 2030 onde o foco são os materiais reciclados, a melhoria dos processos industriais, novas tecnologias e a descarbonização.
Magali Gagliano, Diretora da Saint-Gobain Solutions, destaca a importância, “crucial”, que é a transição dos combustíveis fósseis para soluções de energia descarbonizada, com impacto direto na redução de emissões e da pegada da empresa.
- A descarbonização do sector da climatização tem sido um dos principais investimentos para as empresas. De que forma estas exigências se refletiram e quais os investimentos realizados?
A Saint-Gobain está no centro das questões relacionadas com as alterações climáticas e com a descarbonização de vários sectores, incluindo o da climatização.
A este nível, o grupo definiu um Roadmap de Sustentabilidade que visa a redução das emissões de CO2 em 3 scopes - operações (scopes 1 e 2) e cadeia de valor (scope 3) - com base em três abordagens centrais e que é apoiado por um plano de investimento, no mínimo, de 100 milhões de euros por ano até 2030. Em 2023, já havia sido investidos 223 milhões de euros e conseguiu reduzir as suas emissões em 34% nos scopes 1 e 2, comparativamente a 2017, o que revela a grande aposta nesta estratégia.
O Grupo procura, ainda, maximizar o seu impacto, através do desenvolvimento de soluções que contribuam para a redução das emissões de CO2: soluções de isolamento térmico para edifícios que permitem reduzir significativamente o consumo de energia; soluções para a descarbonização dos processos industriais, ou soluções de baixo carbono projetadas para minimizar a sua pegada ao longo do ciclo de vida, desde a sua produção até ao final do seu uso.
Até 2030 pretendemos, ainda, reduzir as emissões de CO2 em 33% nos scopes 1 e 2 e em 16% no scope 3 e entre 2030 e 2050 o objetivo é atingir uma redução de no mínimo 90% nas emissões dos 3 scopes, bem como a neutralidade carbónica em 2050.
- Consideram que a Diretiva Europeia de Renováveis e o PNEC refletem as preocupações das empresas e que as exigências são adequadas?
Para dar resposta aos objetivos definidos pela Diretiva Europeia de Renováveis e o Plano Nacional de Energia e do Clima (PNEC), o Roadmap de Sustentabilidade para 2030 assenta em quatro dimensões principais: Otimização do produto e eco-design, incluindo os esforços de reciclagem e integração de materiais reciclados, melhorias de processos industriais e esforços de produtividade, novas tecnologias e melhoria da composição dos produtos e utilização de energias descarbonizadas.
Com efeito, mais de três quartos do consumo total de energia da Saint-Gobain estão diretamente ligados à compra de combustíveis fósseis. A capacidade dos processos industriais de passar do uso de combustíveis fósseis para soluções de energia descarbonizada e/ou renovável eletricidade (quando é de baixo carbono), biogás ou mesmo hidrogénio – é, portanto, crucial.
Neste sentido, em 2023, a parcela do consumo de eletricidade descarbonizada aumentou para 57%, um aumento de cinco pontos entre 2022 e 2023, graças à assinatura de novos Contratos de Compra de Energia (PPAs) e contratos de eletricidade renovável em todas as regiões do mundo. O Grupo está, também, a desenvolver projetos nas suas localizações que recortem a novas energias (energia eólica, biomassa, biogás, energia solar, entre outras), que podem depois ser realizados em associação com parceiros externos.
- Em termos de produto, quais as principais tendências que destacam atualmente?
Soluções de construção leve, como sistemas de fachada e divisórias leves são uma tendência crescente no setor pelos benefícios significativos que trás ao nível da quantidade de materiais consumidos (-79% no caso de um edifício residencial) e emissões de gases de efeito estufa, contribuindo decisivamente para os objetivos de descarbonizar a construção e avançar para uma economia circular.
A este nível, a Placo® tem disponível o sistema de isolamento térmico Placotherm® Integra, o qual promove a eficiência energética dos edifícios através de um sistema de fachadas leve e com baixo consumo.
Destaque, ainda para as soluções de baixo carbono, como o vidro ORAÉ® da Saint-Gobain Glass, um vidro base com mais de 70% de vidro reciclado e uma pegada de carbono mais reduzida que apresenta um melhor controlo solar, poupança de energia e conforto no Verão e Inverno, através da sua combinação com capas, ou o sistema FutuRE, uma solução completa para divisórias interiores que combina produtos das marcas Isover e Placo® 100% recicláveis num sistema com baixas emissões de CO2 e alto desempenho térmico, acústico e de proteção ao fogo.
Rentabilidade e sustentabilidade são outras das exigências do setor da construção. E, nesse aspeto, destacamos o cimento-cola webercol flex lev da Weber, com cerca de 30% de materiais reciclados incorporados ou o weberfloor pump truck, um serviço mecanizado inovador para aplicação rápida e eficiente de pavimentos, não utiliza sacos para a entrega dos produtos e possibilita reabastecimentos de areia perto do local de obra, promovendo maior economia de tempo e custos e contribuindo para a redução das emissões de CO2 associadas ao transporte.
Magali Gagliano, Diretora da Saint-Gobain Solutions in Construir, Edição Especial sobre a Climatização e Eficiência Energética.