Como melhorar o conforto térmico de um edifício?

Publicado em 11.08.2021
Conforto térmico e produtividade
Na conceção de edifícios, o conforto térmico deve ser um dos principais elementos a ter em conta tendo em vista o bem-estar dos utilizadores e a eficiência energética.

 

O conforto térmico dos espaços onde vivemos e trabalhamos é fundamental para o nosso bem-estar e produtividade. No caso dos escritórios, estudos indicam mesmo que o rendimento dos trabalhadores pode diminuir até 30% quando a temperatura ambiente não é a correta. Além do impacto na qualidade de vida, a intervenção num edifício tendo em vista a melhoria do seu conforto térmico, traduz-se geralmente na redução do seu consumo energético, o que representa uma dupla vantagem.

São vários os fatores que afetam a sensação de conforto que sentimos ao entrar num espaço. Elementos como a temperatura e a velocidade do ar, a temperatura radiante ou a humidade, fatores pessoais (como o vestuário e o metabolismo) e a qualidade da envolvente do edifício determinam o grau de conforto térmico.

Uma das formas mais eficazes de melhorar o conforto térmico sentido dentro de um edifício é atuar precisamente na envolvente do edifício, selecionando materiais e soluções construtivas adequadas. As paredes, coberturas e vãos envidraçados são determinantes para o contraste térmico entre o espaço interior e o ambiente exterior, pelo que é importante atuar nesses pontos.

  • De que forma podemos agir para melhorar o conforto térmico de um edifício?

São vários os caminhos possíveis para aumentar o conforto térmico em projetos de arquitetura e engenharia civil. Destacamos alguns:

Através da aplicação de isolamento térmico – A aplicação de isolamento térmico, tanto em fachadas como em coberturas, é uma das soluções mais eficazes para se atingir o conforto térmico, com especial impacto no inverno. A baixa condutividade térmica destes materiais permite uma diminuição das trocas de calor entre o interior e o exterior através da envolvente.

Através de sistemas construtivos – O sistema de fachada ventilada, além do isolamento térmico que o constitui, cria também uma câmara de ar entre o isolante e o revestimento final. Devido ao aquecimento do ar nesse espaço relativamente à temperatura ambiente, é produzido o chamado efeito chaminé”, gerando uma ventilação contínua na câmara. Este efeito irá reduzir a temperatura da fachada, com reflexo no conforto interior durante o verão.

Através da orientação das fachadas e envidraçados – Os envidraçados devem ter uma boa exposição solar com vista a maximizar as horas de sol e radiação, promovendo ganhos de calor durante a estação fria. Já no verão, é verdade que este aspeto pode não ser tão positivo. No entanto, é possível minorar o calor através da ventilação natural (abertura das janelas) ou com recurso a blackouts (de preferência claros).

Através dos envidraçados – A escolha da caixilharia e do tipo de vidro para os vãos envidraçados é preponderante no comportamento térmico do edifício. A orientação dos vãos envidraçados determina a escolha do tipo de vidro. Os envidraçados orientados a Norte devem evitar as perdas de calor para o exterior e os expostos a Sul devem reduzir a entrada da radiação solar. Uma das opções é o vidro baixo emissivo (low E), também designado vidro de isolamento térmico reforçado, que permite um ótimo isolamento térmico, reduzindo as perdas de calor. Este vidro pode ter um fator solar baixo ou elevado. Com fator solar baixo, além do isolamento térmico no inverno, proporciona uma boa proteção contra o calor. Já o fator solar elevado proporciona a entrada do calor do Sol e da luz natural e permite o isolamento térmico, sendo ideal quando o objetivo é maximizar as trocas solares e luminosas.

Todas estas soluções devem ser pensadas e consideradas na fase de projeto, reduzindo intervenções na fase de utilização do edifício e maximizando a eficiência energético do mesmo.